sexta-feira, 5 de junho de 2009

Christiane Torloni e Victor Fasano lideram vigília pela preservação da Amazônia


Artistas, índios e defensores da preservação ambiental realizam esta noite uma
vigília no plenário do Sendo em defesa da Floresta Amazônica. Liderados pelos atores Christiane Torloni e Victor Fasano, os artistas, autoridades do governo federal e parlamentares vão discutir ao longo da noite questões relacionadas à preservação da floresta com ênfase na aprovação de projetos no Legislativo que priorizam questões ambientais.
Os artistas levaram ao Congresso Nacional carrinhos com um milhão de assinaturas de brasileiros que apoiam o chamado "manifesto Amazônia para sempre" que pede a interrupção imediata do desmatamento da floresta. Os papéis foram impressos em papéis recicláveis.
Atores Christiane Torloni e Victor Fasano (esq.) lideram vigília no Senado
"São pessoas que assinaram o manifesto, que são contra o desmatamento na Amazônia. Não somos ONGs [organizações não-governamentais], não temos ligações político-partidárias. Passamos dois anos trabalhando na luta pela preservação da floresta", afirmou a atriz Christiane Torloni.

Além da entrega do manifesto, os artistas defendem a aprovação de uma lista de projetos que têm como prioridade a preservação ambiental --como o texto que destina recursos dos orçamentos estaduais para o meio ambiente.
"O momento é de apreensão para a Amazônia. Vamos continuar fazendo ações contra o desmatamento na floresta, atualmente há 240 ações de fiscalização em andamento. Mas há muitas madeireiras roubando madeira e gado. Nossa esperança é transformar essa força em medidas concretas", disse o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente).
A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, disse esperar que os presidentes da Câmara e do Senado coloquem em pauta os projetos ambientais que esperam pela análise dos parlamentares. "Esses projetos andam muito devagar. É fundamental que se pegue essa energia positiva e transforme isso em políticas públicas", afirmou.
Em discurso na abertura da vigília, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse estar disposto a priorizar a votação dos projetos ambientais que tramitam na Casa. "Eu quero me alistar entre os soldados que querem levar a Amazônia para sempre", disse o senador.

Contradição
Ao mesmo tempo em que o Senado realiza a vigília pró-Amazônia, na Câmara os deputados analisam a medida provisória que permite à União transferir, sem licitação, terrenos de sua propriedade na Amazônia Legal, com até 1,5 mil hectares, a quem detinha sua posse antes de 1º de dezembro de 2004.
O governo negociou a inclusão, no texto, de artigo que obriga a preservação ambiental dos terrenos cedidos pelo projeto. Na prática, porém, parlamentares ligados à bancada ruralista tentam retirar do texto a obrigação da preservação da floresta. "É como se você desse o título da propriedade das terras numa mão e, na outra, uma moto-serra", criticou Minc.
Para Marina Silva, a votação da MP é um "retrocesso" cometido pelos deputados. "É um bom sinal o presidente Sarney ter acolhido essa vigília no plenário do Senado enquanto na Câmara aprovam medida provisória que é um retrocesso", afirmou.

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